Friday, August 11, 2006

Técnicas de venda

Hoje dei por mim a pensar como um comercial…passo a explicar: A empresa onde trabalho está em negociações com a Optimus para mudar de rede. O comercial da Optimus veio ter comigo ao escritório, mas como eu estava já de saída, cruzámo-nos nos carros. Quando ele sai da viatura, deparo-me com um macaco a “pingar” da narina esquerda (não tenho dúvidas que era a narina esquerda, aquela narina passou a ser inconfundível…)!! Epá, uma coisa é quando se fala num macaquinho que está lá para dentro escondido e só se vê a cabecinha ou um bracinho do respectivo…um gajo aceita e disfarça mais ou menos à vontade. Aqui não. Estávamos a falar, provavelmente, de um orangotango pendurado no galho! Era daqueles que nós pensamos que, uma ligeira fungadela para o exterior e ele escorrega sozinho. Até porque a fungadela interna era já carta fora do baralho. Estava naquele ponto em que quase que nos dá vontade de começar a soprar discretamente tipo assobio ou que apareça uma rajada de vento para que aquilo desapareça dali.
Claro que o primeiro impulso que tive foi rir mas automaticamente esse impulso foi travado pela delicadeza do momento. Era importante concentrar-me e ouvir o homem falar em equipamentos, cláusulas de rescisão e preços fora do pacote. Ups…erro do comercial: falou-me em “fora do pacote”. O que me sugeriu uma referência ao orango (chamemos-lhe a partir de agora, sei lá, GERVÁSIO) que pingava do pacote do homem (leia-se nariz). A conversa continuou e eu tive oportunidade de apreciar a paisagem ao redor. O café, a escola, a paragem do autocarro, as vivendas em construção…tudo servia para não ver o gervásio. Estava já a perceber que o Gervásio era forte de braços porque não se movia com a brisa de ar que corria esta tarde. A solução era acabar com a conversa o mais rápido possível, mas já se sabe como são os comerciais. Acham que falar é a mais valia que possuem. O homem não se calava e eu cada vez mais tentado a chamar-lhe a atenção, mas já era tarde. Se o fizesse a meio da conversa ele ia perceber que eu tinha sido fraco e tinha cedido. Ou que tinha gozado com ele o suficiente e já estava cansado de gozar.
Mas, depois da conversa acabar, percebi tudo. O Gervásio não era mais do que uma técnica de venda! Assim, o cliente podia sentir pena por aquele desgraçado que nem dinheiro tem para comprar lenços de papel (apesar de ter que andar de fato e gravata) ou que trabalha tanto que nem tem tempo para cuidar do seu visual e da sua higiene. No fundo, o arrastar da conversa era uma forma de me obrigar a aceitar as condições que ele dizia e a concordar com o seu discurso sem colocar entraves. Não só estava a fechar negócio como a obter as melhores condições para a sua comissãozeca!
Conclusão: já não se pode confiar em ninguém. Nem no tipo que nos aparece com macacos no nariz a vender telemóveis!

6 comments:

Vantunes said...

Puto, ahahahahahahah, que nojo!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Dasse!!! E cedeste? Cedeste ao macaco??? Quando te quiser vender café já sei o que fazer!!!!

Vantunes said...

O que é feito do mandar a vendedora com a bela da mini saia?? O que é feito dos decotes abusados??
Este tipo de pressão psicológica para vender é inaceitável!!!

Qualquer dia aparece um gajo com mau hálito, a coçar as virilhas, a arrotar... Epá, puto, espera que tenhas resistido e tenhas dito não!!!

Kramer said...

Népia...acho q n vamos avançar.

Vou-lhe dizer q apareceu um 3º elemento nas nossas negociações, alguém q n esperávamos q intervisse e que veio complicar as negociações...e se ele me perguntar se foi a TMN ou a Vodafone, vou ter que lhe dizer que não...

Kramer said...

Quando fechámos contrato com a Jazztell (actual AR Telecom) só queria que visses a mulher que veio com o comercial com quem tinhamos falado. O Luis disse logo: "assim que entraram, o negócio já estava fechado...!"

Artemis * said...

Lindooooooooooooo
ahahahaah
isto foi brilhante para rematar um dia de erros e mais erros e mais erros no melhor site da europa!!!
Cedeste ao macaco...es kramer..
=P

Kramer said...

Neste caso, o Luis cedeu à macaca...mas sim, pode ser um Kramer.