Sim vs Não

Estive num restaurante chinês. É verdade...
Não me orgulho disso, porque sou amigo dos animais, mas estive.

O mais engraçado num restaurante chinês são os empregados. Já repararam como acaba por ser fácil a vida dum empregado de mesa chinês? A sua formação, basicamente obriga-o a dizer que sim a tudo.

Diga o que disser o cliente, o chinês sorri, acena com a cabeça e diz que sim!! Houve um que uma vez me atirou com o crepe, mas posteriormente embebedei-o e vim a descobrir que na realidade se tratava de um coreano, filho de mãe tailandesa e pai afegão...
O que explica a sua tendência para rebentar quando colocado sob a mínima pressão.

Bom, hoje a chinesa decidiu abandonar a sua zona de conforto, e arriscou. Vira-se para um dos meus amigos (que realmente estava a demorar a fazer o pedido) e... perante a sua indecisão, tomou a iniciativa:
- Eu queroooooo...
-506 (leia-se: Quinhétos i sês!! Mas leia-se muito rápido)

Ora, isto é contra tudo o que é chinês!!! Para quê arriscar sair da sua vidinha confortável e meterem-se no pelouro ocidental da chico-espertice, do opinismo desmedido, do pensar que se sabe das coisas?!?!?!?

Obviamente, a resposta foi:
- Não... 501.
E aí a chinesa caíu em si e disse:
- Sim. Obligado
E isto pareceu tão mais natural.

Foi uma situação semelhante a uma cimeira belicista entre o José Sócrates e o Bin Ladden , em que o Sócrates diz:
- Isto é guerra!!! Vou-vos atacar com tudo o que tenho!
- Não é nada. Vocês não têm nada...
- Pois não, tava a brincar. Levem-nos tudo mas deixem a torre de Belém, por favor, porque vamos começar a cobrar portagens naquela pontezinha de acesso, e sem torre...

Como disse o meu amigo, que não escreve textos (10 cêntimos para quem adivinhar o nome):
- "Eles dizem sim, nós dizemos não".