Monday, March 31, 2008

Vês Isto Pá?

Fui experimentar aquelas salas de cinema VIP... Francamente não me senti muito importante. Primeiro tive que ver o filme mais longe que todos os outros... Quase se pode dizer que vi o filme por um canudo. Entoei a frase preferida do Ray Charles quando se zangava com alguém: "Nem te estou a ver bem".
Não acho bem que um tipo que é VIP, não possa ser míope... Acho que estamos a limitar as opções dos VIP´s e não me parece que deva ser isso que se pretende ao criarmos um estatudo de VIP.

O inventor do VIP deve estar a dar voltas no túmulo. Não era isto que ele tinha em mente.

Depois, chego aos ditos lugares e vejo uma coisa que está desactualizada no mundo do cinema: Lugares Marcados!!! Serei só eu, ou a melhor forma de agradar um VIP não é fazê-lo andar no escuro à procura dos números das cadeiras?? Até porque um isso implica esforçar a vista e o VIP vai precisar dela na sua máxima força para conseguir ver o filme.

Bem feitas as contas, esta história do VIP parece inventada por algum oftalmologista sedento de negócio. VIP até poderá querer dizer "Vês Isto Pá??".
Primeiro sintoma de que um gajo não vê bem, é quando se propõe a comprar um bilhete de cinema que está tabelado a 7,5 Euros. 7,5 euros não é preço de um filme, parece mais o preço de uma refeição. Um gajo que compra tal bilhete, é porque não está a ver bem, e eu nunca mais vou ao El Corte Inglês sem óculos, isso vos garanto.
Depois de verem que um mano não vê bem, é sempre a descer: Lugar longe do ecrã e procura o teu lugar no escuro que é por causa das coisas.

É o chamado "Bater no Ceguinho" no seu expoente máximo.

Amanhã é um novo dia...

Nunca percebi muito bem esta história do mudar a hora. Avança no Inverno, recua no Verão... motivos científicos à parte não vejo grande lógica nisto, porque quando se faz o balanço do ano, ficou tudo na mesma.
Considero acima de tudo, uma falta de ambição. Acho que era muito melhor mudar o dia. Mudava-se o dia e resolvia-se o problema. Só vejo benefícios nisto!!

Quando o dia recuasse, ganhávamos um dia no fim de semana. Quando o dia avançasse só tínhamos que assegurar que era por exemplo à quinta feira!!! Sim, porque não entendo porque é que a hora tem que mudar sempre ao Sábado e ter influência directa no nosso fim de semana.

Fui ver a sessão da meia noite no sábado, de repente a hora muda e dou por mim 3 horas enfiado numa sala de cinema... é demais!!! Não percebo porque é que aquele filme tem que durar 3 horas... Fiquei confuso. A mudança da hora trouxe confusão à minha vida, o que acaba por fazer sentido porque para mim não passa duma grande confusão.

E aquele ritual de ajustar os relógios, em que temos que andar 24 horas para trás nos relógios de ponteiros... Perde-se uma data de tempo. Às vezes perde-se a hora que se muda... Até nisso era mais fácil mudar o dia.

Monday, March 24, 2008

E se...

Sempre ouvi dizer que sorrir, deixa-nos mais jovens, mas francamente sempre achei que fosse uma psicologia barata daquelas que se usam para nós fazermos qualquer coisa.

Do género de quando era mais novo e me diziam para comer espinafres que ficava forte como o Popeye.
Queres ser grande e crescido? Come a sopa!
Queres ter uma casa nos Alpes quando fores mais velho? Come sopa de espinafres…

Enfim, desde cedo fui daqueles miúdos que reconhecem chantagem quando são alvo de tal.
-“Queres que o Pai Natal te traga presentes? Tens que te portar bem que ele só liga aos meninos bem comportados”
- Mas mãe, se eu fingir que sou bem comportado, estarei a ser um falso… porque é que o Pai Natal premeia os meninos falsos? E o Pai Natal não tem filhos a quem dar presentes e por isso tem que os dar aos filhos dos outros? E se não tem filhos, porque é que o primeiro nome dele é “Pai”? E se isso dos espinafres é verdade, porque é que não mandam espinafres para Àfrica e fazem aqueles meninos magrinhos de lá mais fortes?

Nesta altura acabavam por me confessar tudo, desde a inexistência do Pai Natal, até à treta da cenoura para os olhos bonitos, passando pelos espinafres e pela sopa.

Bem, dizia eu no início que achava que com o sorrir acontecia o mesmo, até descobrir hoje que o Jerry Seinfeld tem 54 anos… 54!!!! Achei fantástico! Fiquei contente por ser um verdadeiro palerma que se ri por tudo e por nada, porque isso deve querer dizer que quando eu tiver 84 anos, devo parecer um gajo com 30! Para além disso, o gajo só ficou famoso aos 36 anos, o que me dá 7 anos para tentar ser famoso.

É tão bom ter um sentido de humor descontrolado. Mas… agora pergunto eu: E se tenho comido aquela sopa de espinafres com cenoura que me serviram aos 2 anos de idade?

Sunday, March 23, 2008

Sabes que já inventaram o rádio?

Fui sair. Sempre fui um amante da noite, apesar de nunca conseguir perceber muito bem porquê. É giro ir para um local fechado, onde está toda a gente a fumar e a beber, há encontrões, malta aos beijos de boca aberta e outros ainda mais arrojados... Foi para isto que Eva comeu a maçã senhoras e senhores. Privou-nos de ver miúdas nuas a torto e a direito, mas deixou-nos isto. Aliás, se Cristo imaginasse diria logo:
"O tanas que enfio esta coroa de espinhos! Espero uns 4 mil anos e limpo todos os pecados de uma vez."

Com a idade, as excentricidades vão perdendo valor, e o sinal mais eficaz de que estamos a ficar velhos é quando vamos para as discotecas só para... dançar. Dão-nos senhas de consumo e gastamos com àgua, oferecem-nos tabaco e dizemos que não fumamos, convidam-nos para dançar e dizemos que não, obrigado. Estamos ali para dançar sozinhos. Nesta altura as pessoas começam a perceber que há algo de errado connosco e começam a falar com gerentes, porteiros, Dj´s... todos os agentes da noite! Querem-nos fora dali, porque estamos a desvirtuar o conceito, e muito honestamente, acho que têm razão... e Cristo está lá em cima a bater palmas entusiasticamente. Aliás, acho que não é coincidência nenhuma que isto nos comece a acontecer qundo nos aproximamos da idade que Ele tinha quando carregou a cruz. Creio que é uma vingança com requintes de malvadez.

- O menino dança?
- Sim, mas sozinho, obrigado.
- Já ouviu falar de MP3?

Thursday, March 20, 2008

Você tem nível?

Fiz uma formação.

No momento em que o decidi, estava longe de imaginar os problemas que isto me ia trazer. O momento em que procuramos formação, é um momento de libertação, em que assumimos as nossas lacunas. Dizemos ao mundo que somos mal formados, mas confessamos igualmente o nosso desejo em corrigi-lo. O que é importante.

Bom, recebo o certificado e no final do mesmo leio a seguinte frase:
"Esta formação confere-lhe o nível IV de formação profissional"

Fiquei intrigado, porque naquele momento descobri que era um sujeito com nível, mas não sabia de que me servia.
Como trabalho num local que priveligia a formação, procurei ajuda. Certamente os formadores poderiam ajudar-me. Começaram por dizer-me que:
"Hum... essa é a tua nota no curso, não te preocupes!" - E eu que não estava nada preocupado, naquele momento passei a estar. Porque não tinha falado em preocupações e de repente o assunto tinha vindo à baila... porque seria???
Procurei então o Formador nº 2, que me deu a seguinte alternativa:
"Ah isso!!! Epá, vai ao site do IFP"...
Não me pareceu uma resposta didáctica, mas predispus-me a fazê-lo. Chego ao dito site e leio:
"Estamos em actualizações"

Estariam a actualizar as tabelas com os níveis??? A minha curiosidade já estava no auge e como tal decido-me a procurar uma pessoa que sabia ter o curso de formação de formadores. Perguntei: "Mas este nível IV serve para quê? Confere-me a possibilidade de dar formação??". Reparem que o meu desespero já fazia com que fosse já eu a avançar com soluções. A resposta não me surpreendeu, dada a busca que já tinha sido obrigado a efectuar:
"Isso não é assim tão fácil", começou ela, "Então é assim:...." e a isto seguiu-se um debitar de palavras soltas que não faziam sentido nenhum na minha cabeça. Comecei a pensar:
"Está a ler um dicionário?"

Bom, decidi ir à fonte e enviar um mail à entidade que havia passado o certificado. E questionei: "Boa tarde, podem-me explicar o que significa o Nível IV de Formação Profissional?".

A resposta deixou-me siderado. Versava da seguinte forma:
"Caro Vitor Antunes, obrigado pela sua observação. Em resposta à mesma digo-lhe que o nível IV é relativo à formação Profissional. P.S.: Houve um lapso, a formação em causa não lhe confere o nível IV, mas sim o III. Depois enviamos o novo certificado".

Naquele momento, cheguei á conclusão de que os formadores queriam conservar esta história dos níveis nos segredos dos Deuses!!! Dali não sai. Não vale a pena pressionar, porque eles não contam, nem com ordem judicial!!!

E mais, quem tentar saber é, sem qualquer piedade, penalizado em termos de nível!!! Salta logo do IV para o III que é por causa das tosses. Se calhar já não chega sabermos que temos nível, não?? Ainda queremos saber o que significa termos nível.

Conclusão?
Perguntar não ofende, mas é falta de formação meus caros.

Thursday, March 13, 2008

Homo Efeminadus

Eu sou um apreciador de futebol, e francamente faz-me alguma confusão ver as pessoas reduzirem este jogo a conversa de circunstância.

Quase todos os dias vejo pessoas que fazem isso. Uns aceito melhor que outros... Sei que as pessoas querem ser simpáticas e às vezes a bola é o caminho mais rápido para meter conversa.
Mas, há coisas que mexem comigo. Pessoas que sei que não gostam de futebol, que são efeminados e que vêm ter comigo para falar de futebol... Não é aceitável. Por um sem número de razões.
Principalmente porque nós sabemos muito bem que quando o ser humano está interessado noutra pessoa, finge ter gosto por coisas que não lhe dizem absolutamente nada. Quantos de vocês já discutiram signos, e pensam que um ascendente é um elevador?? Quantos de vocês já fingiram gostar de arte, e inclusive comentam-na, mas na verdade pensam que o Van Gogh é um jogador holandês? Pois é... ter um tipo efeminado a discutir futebol comigo, retrai-me desde logo. Pode ser mania da perseguição, mas a minha tendência natural é dizer:
"Epá, percebo o que estás a tentar fazer, mas não vai dar. Não és tu, sou eu".
Nada invalida que a esta hora o Homo Efeminadus fique a pensar qualquer coisa como:
"Mas qual é o problema deste gajo? Já não se pode gostar do Benfica?".

E é verdade... Pode-se gostar do Benfica, da mesma forma que se pode ser homossexual. Cada um é como é, e temos que aceitar as pessoas assim. Mas tanto uma coisa como outra fazem-me confusão, portanto, não é razão para discutrmos os resultados do Domingo, pois não? Até porque as pessoas vão ver-nos a falar durante meia hora (discutir futebol leva tempo) com o Efeminadus e certamente nunca vão imaginar que é de bola que se fala. Os comentários serão qualquer coisa como:
"Os gajos estavam a falar há meia hora, cheguei lá e mudaram de assunto. Estavam a fingir que discutiam bola. Mas tudo muita farsola, via-se logo que era mentira. Agora o Efeminadus ia estar a falar de bola... Tá bem tá, já me tinhas dito ó Vantunes... Cá para mim, andam enrolados.".

Wednesday, March 12, 2008

Tou-me a rir? Não me deve estar a ver rir pois não?

Tenho andado a reparar numa tendência estranha das pessoas que trabalham em locais onde tenham que atender clientes. Refiro-me a restaurantes, papelarias, supermercados, enfim... escolham o estabelecimento vocês, porque o comportamento, será sempre mais ou menos o mesmo.
Estas pessoas têm indicações para serem simpáticas com os clientes. É por isso que muitas vezes nos recebem com rasgados sorrisos, mesmo sem nos conhecerem de lado nenhum. Até podemos ir a uma farmácia, comprar qualquer coisa porque estamos realmente mal, que a pessoa que lá estiver com a bata vai-nos receber com um enorme sorriso. Não, não está a gozar com o nosso estado, está só a cumprir ordens. E a ordem é clara: Riam-se para os vossos clientes.
Pois bem, esta atitude, contagia... Chegamos a um sítio, somos recebidos com sorrisos, alguns chegam ao ponto de brincar connosco como se fôssemos crianças e isso como é óbvio, liberta o juvenil que há em nós. Até porque naquela altura estamos a pensar em como é excelente ter ali alguém que gosta de nós logo à primeira vista, que se ri para nós e que nos faz rir. Isto faz-nos sentir bem, e como é óbvio, faz com que praticamente nos sintamos na obrigação de retribuir.

Pois minhas senhoras e meus senhores, esta é o pior erro que podemos cometer quando estamos a ser atendidos em qualquer estabelecimento. Façam-no e percebam o que quero dizer. Como agora não tenho tempo para esperar que o façam, vou-vos já dizer o que vos espera: O humor do atendedor de público vai desaparecer instantaneamente. Naquele momento, ele passa de humorista a mágico!! A boa disposição desaparece num ápice.
É como se o humor, fosse um exclusivo da pessoa que está por detrás do balcão. No fundo, os atendedores de público sentem-se como se estivéssemos a tentar fazer o trabalho deles.
Ou então a formação que têm para sorrirem para os clientes, não contempla o facto do cliente poder retribuir e é aí que nos apercebemos que tudo não passa duma fachada, um esquema para simular simpatia. Lembram-se de quando éramos miúdos e íamos chamar alguém para ir brincar e vinha mãe ao intercomunicador e dizia, "Ele não pode ir brincar. Tá de castigo"? Pois é isso que temos que fazer quando os lojistas nos tentam fazer sorrir. Temos que pôr os nossos dentes de castigo e não os deixar espreitar cá para fora sob a forma de sorriso. Isto se não quisermos de repente ser confrontados com uma má disposição que não percebemos de onde vem:
-"Mas de onde vem esta antipatia, ainda agora estávamos aqui ocupados a ser simpáticos um com o outro..."
-"Não me estou a rir pois não? São 10 euros e 53 cêntimos, por favor".


As coisas estão segregadas e claramente definidas: Nós temos a intenção de compra e o dinheiro para pagar; Eles são senhores das mercadorias e da boa disposição. Não tentem entrar em território alheio, porque no fundo também não achariam piada se chegados à caixa, fosse o lojista a pegar na vossa carteira e tirasse o dinheiro para pagar, não é?