Preservativos - Um hino à democracia

Ontem falava com um grande amigo meu, que me referiu que tinha uns preservativos com ele e que tinha reparado que já tinham passado do prazo. Comecei instintivamente a brincar com ele, a dizer-lhe que não me parecia que isso fosse bom sinal. Ou seja fiz aquele papel de amigo homem, que dá a entender que não sabe o que isso é, e que faz e acontece, etc...

Bom, mas como qualquer amigo homem, fiquei a pensar naquilo: "Querem lá ver que..."...
Era uma coisa que nunca me tinha ocorrido, confesso! Despachei o café o mais depressa que pude, porque a minha memória já não é o que era, e eu precisava de ter a certeza que não me esquecia de verificar esta situação. Por outro lado, precisava de saber com alguma certeza, qual a extensão do problema do meu amigo.
Dirigi-me apressadamente ao cofre aonde conservo os meus profilácticos. É um daqueles com código, cuja combinação me esqueço muitas vezes... O que vale é que aquilo é tipo ATM, tenho direito a duas tentativas erradas, à terceira aquilo bloqueia e começam a nascer pequenos Vantunes como se fossem cogumelos... mas dos raros, daqueles que só se vêem de tempos a tempos. Á medida que me aproximava do cofre, ouvia uma música daquelas dos filmes de terror.
A importância do momento era óbvia. Podia estar à beira de descobrir o porquê de tantas relações estragadas, e que provocam um sentimento de indigestão! Então, se se usa um preservativo fora do prazo, aquilo só pode é fazer mal, certo???
Bom, abri o cofre (Já não me lembrava da combinação... os tempos estão dificeis... tive que usar um pé-de-cabra). O resultado deixou-me maluco!! A validade da coisa era 2011!!! 2011?!?!?!?!?! Senti-me mais próximo do meu amigo do que nunca... Um gajo que tem mais dificuldades do que eu! Por outro lado, não consegui justificar as "indigestões", a chamada "dislexia da cura", como diz outro grande amigo meu.
Por outro lado, fico contente porque tenho ainda 4 anos pela frente. Não há aquela pressão, como quando compramos um iogurte e sabemos que mesmo que não nos apeteça temos que o comer nos próximos 7 dias. Aqui não. O processo é muito mais democrático. Tem a duração de um mandato do governo, e muitas leis podem valer no entretanto.